quinta-feira, 30 de agosto de 2012

"Nunca quis ser uma estrela do rock ou algo assim, eu só queria fazer minha música..."


Por um tempo, o holofote sobre Amy Lee foi bem intenso...
É isso que acontece quando uma banda vai da labuta do underground para vender milhões de álbuns ao longo de um ou dois anos. Em 2003, o vestuário goth-rock Evanescence de Lee lançou seu álbum de estréia, “Fallen”, e graças ao seu single de sucesso “Bring me To Life” viu suas vendas mundiais subirem para o reino de oito dígitos rarefeitos.
Mas agora, nove anos e dois álbuns adicionais mais tarde, Lee está muito mais confortável com sua popularidade. Evanescence – que consiste de Lee no vocal, Tim McCord no baixo, Will Hunt na bateria e Troy McLawhorn e Terry Balsamo nas guitarras – tem seguido de forma segura, tendo passado o lado sensacionalista da fama, e se estabeleceu em uma até agradável rotina de gravações e turnê.
Cinco anos se passaram entre o segundo álbum multiplatina, “The Open Door” (2006) - que gerou o hit "Call Me When You're Sober" - e o álbum Evanescence (2011). Lançado em outubro, o autointitulado foi um esforço colaborativo entre a compositora primária, Lee,  e o resto da banda, e colocou o grupo de volta aos palcos mundiais.
Eu recentemente me encontrei com Amy Lee em uma parada da turnê no Texas – a banda está atualmente headlining a Carnival of Madness Tour, que toca no palco principal do Rock The Rapids na quinta-feira e no DTE Energy Music Theatre na sexta – para falar sobre como ela passou por sua anti-rock-star filosofia e encontrou uma nova fonte de inspiração para sua música.

Há quanto tempo você está na estrada?

Desde agosto passado. Essa é a exatamente nossa rotina todas às vezes que aparecemos – lançamos um álbum, e a turnê para o próximo ano, um ano e meio [de turnê]. Nós temos muitos fãs fora dos EUA, então estivemos aqui por menos da metade desse tempo. Há muito caminho a percorrer para nós.
Você é conhecida por ter bastante tempo entre os seus álbuns. Existe uma razão para isso?
Parte disso é por estar na estrada. Quando lançamos nosso primeiro álbum em 2003, fizemos turnê por um sólido ano e meio e escrevemos o próximo disco no curso de um ano após esse tempo. As pessoas diziam "quanto tempo!", mas estávamos trabalhando o tempo inteiro! Mas coisas ótimas requerem tempo. Não se pode forçar a inspiração. Há muita pressão para se lidar quando o ferro está quente, mas eu acho que isso acaba por diluir a indústria [fonográfica]. Eu só queria viver a vida um pouquinho para que assim eu tivesse algo para escrever sobre.
Você ainda é jovem...
Sou? Obrigada! Mas eu me sinto tão velha! (risos)
Bem, o que eu quis dizer foi que você era muito jovem quando a banda começou a se tornar um sucesso, certo?
Sim, eu tinha 21 anos.
Então faz sentido querer "viver a vida e ter algo para escrever sobre".
Sim... Quando comecei a escrever novamente, eu queria estar segura de que isso aconteceu naturalmente, e então eu estaria pronta para quando esse circo todo começasse de novo. Gosto de não ter um plano. Isso funciona melhor pra mim.
O sucesso veio muito forte e rápido para você, o que eu consigo imaginar é um pouco traumático. Como foi a sua experiência com isso?
Eu não acho que seria errado dizer que alguns momentos foram traumáticas, mas um monte de coisas belas e incríveis aconteceram também. Eu tenho uma vida muito interessante por causa disso. A foto que está na capa do "Fallen" foi tirada no meu aniversário de 21 anos, e eu estava trabalhando nesta banda todos os dias desde que eu tinha 17, e vai todo o caminho de volta para quando eu tinha 14 anos. Tínhamos passado um tempo em Los Angeles fazendo ‘desenvolvimento de artista’, e nos mudamos para o Tennessee, então (o sucesso) veio depois de muito trabalho. Mas aconteceu bem rapidamente, e eu era muito jovem. Uma das coisas traumáticas é, você não tem nenhuma chance de cometer erros ou então você é crucificado por isso. Eu definitivamente senti como se estivesse sob o microscópio. Eu estava frustrada, e sempre fui uma anti-fã da fama.
Agora estou mais confortável com isso, porque muitos de nossos fãs são pessoas como eu, que necessitam de música em suas vidas. Assim como eu, eles encontram catarse através da nossa música. Quando eu acho que já tive o suficiente, e quero ter uma vida normal e ir para casa, eu acabo em um meet & greet, e me encontro com um fã que me diz que a sua vida mudou porque uma canção o tocou. E então é como, "Esse show é para você!" Nós pegamos um monte de inspiração de nossos fãs. Mas levei um tempo para processar a fama. Nunca quis ser uma estrela do rock ou algo assim, eu só queria fazer minha música.
Como você se sente quando as pessoas chamam o Evanescence de uma banda de metal?
Eu não acho que seja verdade. Eu não escuto isso. Algumas coisas em torno de  nossa música são metal – nós às vezes usamos baixo duplo, ou temos partes de guitarras leves e pesadas.
Eu não acho que uma banda de metal teria o sucesso esmagador que vocês têm. Tem que haver algo mais para trabalhar lá.
Metal tem sido tantas coisas em tantas diferentes épocas. Se você voltar no tempo, o Metallica tem um canção chamada “Unforgiven”, e se você colocar uma voz diferente lá, não é metal em tudo. (risos) O metal é apenas uma peça do nosso quebra-cabeça.

Fonte: mlive.com
Tradução e Adaptação: Immortal Essence

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