Com uma audiência disputada até o último ingresso, a banda Evanescence retorna ao brasil para mais um de seus shows que arrasta multidões. Há alguns quilômetros dali, a banda Linkin Park já abastecia a arena Anhembi com mais outra legião de fãs. Definitivamente, o dia de eleição na capital foi coroado pelo peso e talento de Amy Lee.
Se bem escolhido ou não, o fato é que o Espaço das Américas ficou com poucos centímetros para movimentação no último domingo (7). Fãs da banda Evanescence e The Used,
que já estavam ali desde a manhã, expremiam-se contra a grade da pista
comum e vip para uma noite regada de altas notas e riffs de guitarra.
Com o show principal marcado para às 21h, a abertura ficou por conta dos norte-americanos do The Used,
uma das formações mais representativas do post-hardcore moderno. No
palco pontualmente às 20h, a banda teve alguns problemas de microfonia e
sincronismo, mas, nada que em alguns minutos, durante a primeira faixa “Take It Away”, não tenha se resolvido.
Conhecido pelo vocal forte e inconfundíveis gritos de “screamo”, Bert McCracken,
líder da banda, já teve seus dias de glória há alguns anos atrás. Hoje,
embora ainda com pique adolescente, o músico segura parcialmente uma
platéia deste porte. No setlist, os fãs mais antigos puderam aproveitar
as canções dos primeiros discos “The Used”, de 2002, “In Love And Death”, de 2004, um dos melhores álbuns do cenário daquele ano, e, “Lies for The Liars”, de 2007. “Bird and The Worm”, “I Caught Fire” e “All That I’ve Got” foram as principais músicas e as que levaram o público aos gritos. Com um chute que derrubou a bateria no centro do palco, Dan Whitesides registra o final da apresentação de cerca de 50 minutos da The Used.
O posicionamento das luzes, o corre
corre no palco e os testes de som só deixavam a platéia mais ansiosa e
ofegante, e para testar de vez a garganta da galera, o banner gigantesco
com o nome “Evanescence” desce ao fundo do palco. A gritaria foi ensurdecedora.
Desde sua primeira vez no Brasil, em 2007, a banda tem alimentado um carinho sem igual pelo país, e é por conta deste que, Amy Lee, já soma quatro mega shows por aqui. Isto equivale a quase um por ano.
Desde sua primeira vez no Brasil, em 2007, a banda tem alimentado um carinho sem igual pelo país, e é por conta deste que, Amy Lee, já soma quatro mega shows por aqui. Isto equivale a quase um por ano.
Quando falamos em carreira, talento e superação, a Evanescence
se destaca pelo patamar que alcançou no decorrer de seus quase vinte
anos de história, mas, o sucesso mesmo só veio em 2001, com seu primeiro
álbum, “Fallen”. Carismática e integrada com os fãs, Amy atravessou o palco entonando as primeiras frases de “What You Want“,
faixa do mais recente disco homônimo do grupo. Os quinze minutos de
atraso nem foram percebidos já que a euforia superava qualquer espera.
Sempre vestida em algum de seus “tutus”, parte do vestuário de
ballet, a cantora saia das notas mais baixas e chegava nas mais agudas
em questão de segundos e com afinação incomparável.
Ritmado e com um setlist bem elaborado, o
show seguiu com algumas mudanças em comparação a apresentação do Rio de
Janeiro, mas, não deixou nenhum fã na expectativa. “Going Under” e “Weight of The World”
deram um show de iluminação. Na pista, braços levantados impulsionavam o
indicador em direção ao palco em uma conexão íntima com a música e a
banda. Cenário que poucas conseguem perdurar durante os anos.
“Lost in Paradise”, “Lithium” e “My Heart is Broken” foram tocadas da extensão do palco, no piano, por Amy Lee.
Embora a cena se repita por todos os outros shows que a banda faz ao
longo dos anos, é um momento em que os fãs se emocionam a cada nota
terminada. Suada e com o fôlego quase tomado, Amy agradece o público e
se entrega de corpo e alma ao que mais sabe fazer. Cantar.
Pouco mais de 1h15 de apresentação, a
Evanescence fez um tour pelos seus primeiros álbuns e ainda presentou os
fãs brasileiros com uma faixa inédita (If You Don’t Mind) que, segundo Amy, fora gravada mas nunca tocada desde 2005.
Fechando a noite com “Sober”, “Imaginary” e a imortalizada “Bring Me To Life”,
Amy nem precisou da segunda voz, o público colocou os pulmões e a
garganta à prova durante o refrão deste single que impulsionou a banda
para o sucesso mundial. Para o Bis, “Disappear” e “My Immortal” colocaram o ponto essencial no final do show.
Com uma pausa programada para novembro, a
banda de rock e new metal encerrará a atual turnê que promove seu
terceiro disco de estúdio e, segundo Amy Lee, depois de uma turnê destas
é preciso parar e por a cabeça no lugar para se pensar qual rumo
seguir.
A banda ainda se apresenta em Recife, no dia 11 e Fortaleza, no dia 13. Ainda há ingressos para as apresentações.