segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Mix Magazine: estúdio com o Evanescence

Confira abaixo a tradução de uma entrevista que a Mix Magazine liberou sobre a época da banda no estúdio nas gravações do novo álbum, com diversos detalhes comentados pelo produtor Nick Raskulinecz! Confira também fotos do estúdio!
Faz cinco desde que o Evanescence lançou seu último álbum, The Open Door, que foi também o primeiro álbum dos rockeiros na lista Number One. Desde então, houve mudanças no grupo: no meio de uma tunrê mundial para apoiar o disco, o guitarrista base John LeCompt e o baterista Rocky Gray saíram e foram substituídos por dois membros do Dark New Day — o guitarrista Troy McLawhorn e o baterista Will Hunt. Ambos voltaram e saíram da banda num período de uns dois anos antes de se juntarem definitivamente ao Evanescence. O trio da cantora/compositora/tecladista Amy Lee, do guitarrista Terry Balsamo e do baixista Tim McCord permaneceu intacto.
Durante a primeira metade de 2010, o Evanescence trabalhou em um novo álbum com o produtor Steve Lilywhite, mas no fim, Amy Lee decidiu não lançar o que ela chamou de álbum “experimental”; em vez disso, a banda se reuniu várias vezes e desenvolveu um novo material juntos. Após procurarem por um produtor para um novo álbum, do zero, o grupo decidiu contratar o produtor de Nashville, Nick Raskulinecz, cujo currículo longo e impressionante inclui aventuras musicais com Foo Fighters, Alice in Chains, Coheed and Cambria, Stone Sour, The Deftones, Rush e muitos outros. Paul Fig (Figueroa), que trabalhou em inúmeros projetos com Raskulinecz, desde o álbum do The Exies no Sound City em Los Angeles lá em 2004, fez a engenharia de som nos estúdios Blackbird em Nashville nessa última primavera [outono]. O álbum é intitulado simplesmente de Evanescence.
“A galera do Evanescence me ligou e perguntou se eu estaria interessado em trabalhar com eles” explica Raskulinecz. “Nunca fui um fã da banda, mas disse que sim porque nunca se sabe. E quando eles me mandaram algumas demos, eu realmente ouvi coisas que eu pensei que iriam se tornar ótimas. É assim que começa todo projeto para mim.
“Amy e eu tivemos um bom encontro” ele continua. “Ela veio de New York e nos encontramos no Blackbird, no estúdio onde tive a visão para fazer o álbum — o Studio D. Eu fiz outros álbuns lá antes e eu achei que ela adoraria o clima. É um ambiente incrível para criar e fazer música. Nós então sentamos na sala de controle e conversamos por horas e ela me fez todo o tipo de perguntas. Eu acho que já tinha cinco ou seis músicas naquele momento e falei para ela sobre as minha ideias e o que achava sobre elas. E ela gostou muito do que eu disse, e não gostou de algumas coisas que eu disse, mas ela aceitou. Depois acho que ela tinha outros encontros com outros caras depois de mim, mas eu recebei uma ligação uns dias depois dizendo que eles tinham me escolhido.” Lee e a banda pareciam estar muito impressionados com os últimos trabalhos do produtor com o Alice in Chains e o Deftones.
Quando a coisa já estava andando, Raskulinecz e o grupo passaram um mês no SIR em Nashville — cinco dias por semana, oito horas por dia — para ter certeza de que as músicas e os arranjos fossem o mais forte que pudessem “e a partir daí você começa a mergulhar nos detalhes do que cada um está fazendo em particular” ele diz.
“Amy sabe o que quer. Ela é muito focada e muito apaixonada pelas canções a música dela” ela continua. “Tudo começa com as melodias do piano e os vocais e a coisa continua a partir daí. É a visão da Amy, mas junto com Tim e Terry. Quando eu m eenvolvi, eles eram a alma de todas as músicas que eu tinha ouvido até então. Mas eu sabia que quando Will Hunt, o baterista, se envolvesse, as coisas iriam se desenvolver mais e ele estava em algumas das composições. E então quando Troy veio, ele foi muito importante para trazer ótimas ideias à mesa. Todosa na banda de Amy são grandes músicos e grandes caras. Will Hunt é um animal na bateria, ele é demais. A sessão de ritmos de Will e Tim está em chamas, cara"!
“Antes de entrar no estúdio Blackbird, eu sabia que esse álbum iria soar grande e denso. Paul Fig e eu estávamos bem cientes disso. A gravação foi bem calculada. Nós sabíamos que haveria várias camadas — bateria, sample de bateria, um grande som de baixo, dois guitarristas, piano, vários vocais, harmonias e camadas sobrepostas — algo muito forte. Era muita coisa para organizar e manter sob controle, mas ao mesmo tempo eu queria ter certeza que na mixagem você ainda poderia ouvir tudo aquilo.”
TOMADA POR TOMADA POR TOMADA
Mesmo com a garnde quantidade de camadas (comentaremos isso em seguida), era importante par Raskulinecz e Fig que o álbum fosse completamente orientado para a performance ao vivo. “Não era do tipo ‘toque uma ou duas vezes e vá fazer um lanche; vou sentar aqui e ficar editando nas próximas cinco horas’” diz Raskulinecz rindo. “Era mais do tipo ‘isso foi demais, vamos fazer de novo — tomada 25.’ Foram muitas gravações, e daí voltávamos e melhorávamos o peso."
“Nós gravamos amostras de tudo. Tínhamos rascunhos de guitarras, baixo e vocais e com um só clique uniríamos a bateria a eles.”
O engenheiro de som Fig adiciona “Nick gosta de se concentrar na performance, então geralmente começa nesse sentido. Se há partes difíceis, talvez façamos por enquanto só uma parte. Geralmente temos seis ou sete linhas de bateria que gostamos e nós juntamos algumas coisas dessas performances. Mas ele realmente não quer que soe como se alguém simplesmente tivesse juntado tudo numa coisa só.” Hunt toca com baquetas 26-inch, os quais Fig microfonou com um Sennheiser e um 602 de um lado e um FET 47 do outro. Os tom-tons foram microfonados com set da AKG 451s em hypercardioid.
Lee cantava seus vocais rascunho no Blackbird Studio D, sem fones de ouvido, com um Shure SM7. “Quando fizemos o vocal pra valer, obviamente fizemos de outra forma” diz Raskulinecz. “Ela é uma cantora incrível — ela pode ficar cantando o dia inteiro.” Fig: “Houve alguns dias em que Nick estava fora para outros compromissos e eu estava trabalhando com ela nos vocais e fiquei preocupado de estar exigindo demais dela. Mas ela é uma atleta. Ela ficava em posição e alcançava longe.”
Raskulinecz e Fig deram um tiro às cegas para escolher o microfone para Lee — o vencedor foi um Neumann U47 que é, coincidentemente, o favorito do dono do Blaackbird, John McBride. (Fig: “Esse microfone foi um máximo — aguentava tudo que ela cantava.”) Ele foi usado para todos os vocais principais de Lee; para os vocais de fundo — e há muitos deles — eles usaram um Telefunken 251. “Amy realmente está cantando no nível mais alto possível” diz Raskulinecz. “Algumas dessas músicas tem 30 a 40 faixas de vocais, facilmente: o vocal principal, dobrado em alguns momentos, triplicado em alguns momentos, e então há os coros que são todos triplicados e as harmonias também, e há vocais em sobreposição, alguns que dão a entrada e a saída para outros.” E o resto das vozes? Fig diz “Desculpe, essa é sequência pessoal de Nick.” Segredo de marca, aparentemente.
MENSAGEM NA BANDA
O piano de Lee está em todo o álbum (ela estudou piano clássico, com partes bem talhadas); ela também adicionou um bom arcabouço de sons eletrônicos, incluindo um Roland RD700X e vários sintetizadores. Adicionalmente, Chris Vrenna (colega de Nine Inch Nails e Marilyn Manson) contribuiu com uma imensidão de sons eletrônicos e texturas que foram somados assim que os instrumentos e os vocais estavam no seu devido lugar. Isso, também, fazia parte da visão original do álbum.
“Eu não acho que haja menos de 30 ou 38 pares de faixas estéreo de sons eletrônicos em cada canção” comenta Raskulinecz. “São pequenas partes e barulhos e sons ambientes; sintetizadores, baixos bem graves. Esse álbum tem um grave massivo. Eu mostrei à Amy os pedais do Moog Taurus [baixo sintetizador analógico], um dos meus instrumentos favoritos. O Rush ficou famoso por usá-los e eu pensei nos instrumentos ao trazê-los de volta ao som da banda [quando os produzi]. Eles nem tinham mais exclusividade sobre isso mais quando me envolvi com eles. De qualquer forma, nós colocamos os pedais no álbum inteiro.”
Balsamo e McLawhorn tocaram várias guitarras com diversos amplificadores, grandes e pequenos, includindo Marshalls (2250 e JCM 800), AC-30s, Bogner Shiva e Uberschall, Buddha Superdrive e outros. “Nós temos nossa coleção secreta de amplificadores também” diz Fig. Os microfones favoritos para as guitarras nessas sessões incluíam Shure 57s (os de sempre), FET 47s, AKG 441s, Mojave Audio MA-100s e Sennheiser 421s — “combinações desses com quatro amplificadores” diz Fig. “Para overdubs, tínhamos MA-100, MA-200 e um [Neumann] 87.” Raskulinecz adiciona “esse não é um daqueles álbuns em que há faixas e faixas de guitarra. Amy toca várias partes legais de piano em todas as músicas então toma parte dos overdubs das guitarras. Em vez disso, nós tentamos fazer as guitarras realmente interessantes por elas mesmas, para não haver a necessidade de gravar várias camadas. Estávamos bem conscientes disso.” As partes d epiano foram gravadas usando múltiplis microfones internos, um PZM no chão e um AKG C-12s mais ao longe.
A últim aparte do processo de gravação foi adicionar as cordas inebriantes de David Campbell, que foram feitas no Avatar Studios, em Manhattan, durante dois dias intensos de sessões. E isso, meus amigos, nos coloca a mais de 100 camadas em muitas das músicas. “Para voltar uma música, tínhamos que usar dois Pro Tools e uma máquina de fita” diz Raskulinecz. “ Nós usamos completamente o primeiro Pro Tools com a parte da banda — guitarra, baixo, bateria, vocais, piano. Mas havia outro Pro Tools que tinha toda a programação e os sons eletrônicos e algumas das cordas. E ainda havia um Studer 24-track com todo o resto das cordas.”
JUNTANDO TUDO
Finalmente, a avalanche de faixas foi enviado para o veterano engenheiro/mixador Randy Staub (Metallica, Bon Jovi, Nickelback, Motley Crue, etc.), que já trabalhou em vários projetos anteriores para Raskulinecz. Staub mixou o álbum no The Warehouse, em Vancouver, no Studio 1’s SSL G Series. Ted Jensen masterizou o disco no Sterling Sound em New York. "Ele detona toda vez!" diz Fig, admirado por Staub. "Ele sempre volta de Randy parecendo maior do que a vida."
É exatamente o que Amy Lee queria para este álbum. Isto e projetar um pouco a diversão que ela e a banda tiveram ao fazê-lo. Isso não quer dizer que não há muito de rock-gótico neste albums — existe. Mas como ela disse para a revista Spin na primavera "essa está sendo uma longa viagem e algumas partes estão sendo difíceis. Mas não é sobre levar tudo tão a sério desta vez." Mesmo assim, "escrever com a banda e trabalhar com um produtor de heavy metal têm feito disso mais como um álbum de rock. É o Evanescence mas com todos esses novos sons."

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